terça-feira, 30 de março de 2010

2006 - Hungria







Partida: xx.xxxxx.2006
Chegada: xx.xxxxx.2006
Percurso Ida: Lx - Zurique - Budapeste
Percurso Regresso: Budapeste - Zurique - Lx
4:30 horas de voo

O programa INOV Contacto foi a desculpa para esta viagem uma vez que colocou o amigo Nuno Santos num estágio em Budapeste, capital da Hungria. Este foi o ponto de encontro para o grupo de amigos. Saí de Lisboa rumo à Europa de leste, o Shubhes saíu de Londres e de Edimbrugo saíu o Filipe. Juntos faziamos quatro e já podiamos jogar à sueca, as saudades do Hungaro eram muitas e por aquelas terras ninguém sabe secar uma bisca...

A Hungria é um país sem linha de mar, na Europa Central, pelo que faz fronteira com Áustria, Eslováquia, Roménia, Ucrânia, Sérvia, Croácia e Eslovénia. A sua capital é a cidade de Budapeste, a maior do país com cerca de 2 milhões de habitantes. Localizada nas margens do rio Danúbio, Budapeste foi fundada em 17 de Novembro de 1873 com a fusão das cidades de Buda na margem direita do Danúbio, com Peste na margem esquerda. Aproximadamente um terço dos 250.000 judeus da cidade foram mortos durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial. Budapeste foi muito danificada quando a cidade foi tomada pelo Exército Vermelho.

Dedicámos o primeiro dia de viagem ao turismo. Saímos (relativamente) cedo, uma vez que estivemos a jogar às cartas até tarde, em direção ao Parlamento Húngaro, local onde se reúne a Assembleia Nacional da Hungria e um dos edifícios legislativos mais antigos da Europa, que constitui um notável exemplo paisagístico da Hungria e um destino muito popular em Budapeste. Ergue-se na Praça Kossuth Lajos, na margem do Danúbio. Atualmente detém o título de maior edifício da Hungria e o de segundo maior parlamento na Europa. A sua construção teve início em 1885, tendo a inauguração decorrido no 1000º aniversário do país em 1896, sendo que a sua conclusão verificou-se em 1904. A título de curiosidade, o arquiteto do edifício ficou cego antes da conclusão da obra. O edifício fica tem uma superfície de 18.000 metros quadrados, tem 700 salas e gabinetes e 27 entradas. Nas suas laterais erguem-se a Câmara Alta e a Câmara Baixa, lugar onde hoje se encontra a assembleia nacional. Na sala central decorada com uma imponente cúpula é onde guardam a coroa do primeiro rei húngaro, do Santo Estêvão. Estima-se que estiveram cerca de mil pessoas envolvidas nos trabalhos, com alicerces onde se estimam 40 milhões de tijolos, meio milhão de pedras preciosas e 40 kg de ouro.

Em seguida visitámos a Basílica de Santo Estêvão é um edifício de culto cristão, catalogado como basílica pelo santo Rei Estêvão I da Hungria. Juntamente com o Parlamento de Budapeste, forma o par de edifícios mais altos de Budapeste (com 96 m), e além disso é a igreja maior da Hungria, tendo capacidade para 8.500 pessoas. Começou a ser construída em 1851, concluindo-se 54 anos depois sendo que a cúpula teve que ser demolida em 1868. Terminada em 1905, foi consagrada nesse mesmo ano. Sob o majestoso edifício cuja fachada principal vislumbra o rio Danúbio, teve que construir-se uma base de cimento de três níveis, quase tão grande como a própria igreja. Tem 87m de comprimento por 55m de largura. A fachada principal completa-se com duas torres gémeas. Na sua torre direita está o sino maior e mais pesado (tem nove toneladas!). O anterior, de 8 toneladas, foi fundido durante a Segunda Guerra Mundial. Na capela por detrás do santuário conserva-se a relíquia mais importante da cristandade húngara: a múmia do rei Estêvão I, primeiro rei da Hungria e fundador da igreja da Hungria.


Símbolo da cultura Húngara, na Ópera Nacional esperam-nos ricos programas culturais, dos quais se destacam as óperas, os bailados, os recitais de piano e os concertos de música clássica. Com o início de construção no ano de 1875, foi concluída no ano de 1884. Composta por um auditório ornamentado com mais de 70 Kg de ouro e por inúmeras pinturas e estátuas dos maiores nomes da música mundial, incluindo Mozart, Beethoven, Verdi que adoram a fachada principal.

Budapeste tem 10 pontes, sendo a mais conhecida a Széchenyi Lánchíd (Ponte das Correntes), uma ponte elevatória que atravessa o rio Danúbio entre Buda e Peste. Possui 375 metros de extensão e foi inaugurada a 20 de Novembro de 1849. Proporciona uma das vistas mais lindas da cidade: com os olhos ao norte, de um lado fica o imponente Parlamento Húngaro, em Peste, com linhas góticas gritantes. Do outro, completam a paisagem os morros e o Castelo de Buda.


Passámos assim para o lado de Buda em direção à Igreja Paroquial de Nossa Senhora, mais conhecida por Igreja Matias, está situada no lado Buda, junto ao monumento do Bastião dos Pescadores. Esta Igreja foi fundada no reinado de Bela IV, no século XIII, tendo sofrido ao longo da história do país várias utilizações e reconstruções. Em 1541, os turcos fizeram dela a Grande Mesquita. Mais tarde, aquando da libertação de Buda, ficaria praticamente destruída. Pela mão de padres franciscanos, é reconstruída ao estilo barroco, sendo que em 1723 voltaria a sofrer grandes danos. A sua reconstrução seria então feita ao estilo neogótico. Em 1945 foi objeto de nova destruição, agora pelos alemães e russos, ficando a sua recuperação terminada apenas em 1970. Quando chegamos ao Bairro do Castelo não conseguimos ficar indiferentes às cores que brotam do telhado da igreja, constituído por mosaicos policromos. O interior não é menos impressionante. As paredes estão meticulosamente pintadas à mão, um trabalho extraordinário. No púlpito, podemos admirar a ornamentação da qual constam os quatro padres da igreja e os quatro evangelhos. Os vitrais (três) do século XIX.

O Castelo de Buda, em húngaro Budai Vár, é o castelo histórico dos reis da Hungria em Budapeste. No passado também foi chamado de Palácio ou Castelo Real. Foi construído na encosta sul da Colina do Castelo, próximo do velho Bairro do Castelo e é famoso pelas suas casas e edifícios públicos medievais, barrocos e oitocentistas. Foi classificado pela UNESCO, em 1987, como Património da Humanidade, integrado no sítio Budapeste, com as Margens do Danúbio, o Bairro do Castelo de Buda e a Avenida Andrássy.

O Bastião dos Pescadores foi erguido num local onde antes existia um mercado e um bairro de pescadores pelo que esta é a génese do seu nome. Este monumento simples de estilo neogótico é o local perfeito para contemplar o rio Danúbio e Peste. Quem por ali passa, quer demorar-se. A vista perde-se até um infinito impressionante...


A ponte Erzsébet (Elisabete) foi assim nomeada em homenagem a uma rainha popular, Isabel da Áustria, a imperatriz da Áustria-Hungria, que foi assassinada em meados de 1898. A ponte original era uma ponte de suspensão mas foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Esta é a única ponte em Budapeste que não pôde ser reconstruída na sua forma original. O monumento de pé fino, branco, foi construído no mesmo local entre 1961-1964, uma vez que o governo não se podia dar ao luxo de construir bases inteiramente novas para a ponte. A ponte Szabadság, Ponte da Liberdade é a 3ª mais a sul das pontes públicas de Budapeste, localizada na parte mais a sul da cidade. Foi construída entre 1894 e 1896, tendo como arquiteto János Feketeházy. Embora diferente das outras, imita uma ponte de correntes, prática comum na altura de sua construção. A ponte foi inaugurada pelo Imperador Franz Joseph. O último rebite prateado foi colocado pelo próprio Imperador e originalmente a ponte tinha seu nome. Destruída na 2ª Guerra Mundial a 16 de Janeiro de 1945, reconstruída e terminada a 20 de Agosto de 1946. Tem 333,6 metros de comprimento e 20,1 metros de largura. Os pilares mais altos foram decorados com grandes estátuas de bronze de Turul, uma espécie de falcão, o animal mais importante na mitologia Húngara.

Este foi o primeiro dia de visita. Após inúmeros km palmilhados, parando apenas para regar a sede e disfrutar de uma cervejas hungaras, concluímos o dia com uma jantarada num restaurante típico , repleto de panados de frango e saladas, devidamente acompanhados pelas belas das cervejolas. Jantar terminado e saímos para a noite, na ilha Margarida, uma porção de terra coberta de água por todo o lado e pejada de discotecas no interior. Escusado será dizer que a densidade populacional feminina nas discotecas é invejável (parecem abelhas em colmeias), de acordo com a fama que precede o nome do país... correto, confirmado e afirmativo!



No segundo dia, após acordar depois do almoço e ainda meio combalidos da noite anterior, duche tomado e pequeno amoço estilo brunch na barriga seguimos para deambular pela cidade. Visitámos o Teatro Nacional de Budapeste que é o principal teatro de Budapeste e a maior instituição do tipo na Hungria. Foi inaugurado originalmente em 1837.

Este ano de 2006 foi um ano de Mundial de futebol. A seleção Nacional jogava neste dia contra a Inglaterra e como patrotas que somos não hesitamos em ver o jogo num open space dedicado para o efeito. Jogo bem disputado só conseguimos eliminar a Inglaterra através da marcação de grandes penalidades. Sofrer até ao fim foi a sina para este jogo. Após o último pemalty festejamos de alegria e senti um espírito de pátria como nunca tinha sentido. Agora percebo o que sentem os emigrantes... festámos noite fora o apuramento para as meias finais noite dentro... teve de ser!


No terceiro dia, já a manhã quase terminava quando começamos a acordar, com o cachecol ainda enrolado no pescoço...

Meio de transporte para quem ainda acusa alcool


Uma visita a Budapeste não fica completa sem desfrutar das águas termais de um banho público e é precisamente na Praça dos Heróis onde ficam localizadas as mais belas piscinas ao ar livre da cidade. Falo das Termas de Szecheny, onde os locais jogam xadrez dentro de água em tabuleiros de pedra, enquanto se banham nas piscinas do belíssimo complexo. É uma experiência imperdível para qualquer viagem a Budapeste, percorrer as inúmeras salas que compõem as termas, desfrutar de saunas a diferentes temperaturas, que variam entre os 4 e os 30 graus, por entre colunas de pedra, nadar nas piscinas exteriores, jogar xadrez, relaxar com as diversas saunas e banhos turcos, enfim, ser húngaro por umas horas.

Ainda alguns dos efeitos do alcool

A Praça dos Heróis é uma das praças mais importantes de Budapeste. Construída em 1896, está rodeada por dois importantes edifícios, o Museu de Belas Artes de Budapeste à esquerda e o Palácio da Arte à direita. Do outro lado fica a avenida Andrássy, com dois edifícios orientados para a praça, um residencial e o outro a embaixada da Sérvia. No centro da praça ergue-se o Memorial do Milénio, conjunto de especial relevância em Budapeste, com estátuas dos líderes das sete tribos magiares que fundaram a Hungria no século IX e outras personalidades da história húngara.

Os suspeitos do costume

Finalizada que está a viagem quero apenas referir que gostei muito dos dias passados em Budapeste. A equipa da sueca funcionou bem e o tempo foi muito bem aproveitado. Aproveito para deixar um abraço ao Nuno, que aindo hoje vive em terras do leste europeu e que nos acolheu em sua casa. Algarvio: Obrigado!

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